SEMPRE
Sempre sem sentir
Em minutos inacabados,
Em seres indesejados.
Por um lado ou por outro da porta,
Pela reta ou pela linha mais torta.
Sempre sem querer
No anseio de um simples alguém,
Na face de quem não vê ninguém.
Sem o desejo de simples palavras,
Sem a mulher e suas partes mais raras.
Sempre sem falar.
Sempre sem olhar
Nos olhos de um amor,
Nos sonhos de uma cor
Pra passar súbita dor
E rolar no seu calor.