Ode à minha terra
Entre serras nasceu portentosa
A Temerosa a fitar-lhe, insistente
Seu batismo é uma especiaria ardilosa
Mas, para tristeza de seus filhos, está decadente.
Diz a história que alguns caçadores
Que às margens do ribeirão, almoçavam
Jogavam restos de comida nos arredores
E sementes de pimenta germinavam.
Ribeirão das Pimentas ficou referência
Pra marcar, no local, novas caçadas
Homens, astuciosos e com muita paciência
Esperavam tatus, javalis e queixadas.
Para protegerem-se do sol meridiano
Ergueram casebres às suas margens
Nascendo assim um núcleo urbano
A partir dessas primeiras estalagens
Aos poucos floresceu um povoado
Que logo se transformou numa vila
Parecia um novo eldorado...
Puro engano!
Porque Ilhéus, sem dó nem piedade, aniquila.
Ali, nasci e vivi parte da minha infância
E saí pelo mundo, sem eira e nem beira...
Se hoje represento alguma importância
Orgulho-me de ti Pimenteira!