O CONTO DA LUNINA DE FOGO
Foi a vela acesa
que ela deixou
perto do mar
quando ele foi
navegar
em outro
mar
deixa saudade
salgada
de tarde a mesma
secura
vinho amargura
vela acesa porque
ele era um algoz
nada fazia
mas nós
a sós
me dava alegria
então bom dia
senhores
senhora muito séria
enterre sua ingratidão
aqui mesmo
lembrarei dela
n'outro amanhecer
quando descer
pra ver
ondas mágicas
esses dias
me trouxeram até
o que comer
de certo querem ver
o que nunca vem
desolada
um século de tempo
podia virar
estátua de mim
areia marfim
tempo calado
vitrine duende que sou
posta pra trás
de um nada
d'outro lado
azulado
que as noites escondem
pra sussurar
estribilhos
ressoar meus filhos
feito lágrimas
contadas
que poderia pensar
ser irmã
deste oceano
ilha que me deixa
só...