Carta à Poesia

Querida poesia,

aquela que um dia

já foi perfeita,

perdoe-me por ser poeta,

andar em linhas retas

e esquecer do que é feita.

E por não a escutar,

por procurá-la em outro lugar,

perdida em um mundo anil.

Talvez a encontre em transcendentais,

que não se ausentem demais,

mas completem o que sentiu.

Antes ouvir palavras divinas

e flutuar em purpurinas

do que seguir uma receita:

ponha sete sílabas poéticas e quatorze versos,

mexa bem, quebre dois universos

e está pronta a poesia confeita.

Não crescerá em cimento,

"não faças versos sobre acontecimentos"

já escreveu o pós-modernista,

se bem que sua flor nasceu na rua,

mas era feia, mas era uma flor e hoje se situa

no meu coração, como amor à primeira vista.

Como você, poesia querida,

que um dia mudou minha vida

voando e que brilha.

Abraços e lembranças,

um beijo de criança,

até as próximas linhas

Susanah (Açucena)
Enviado por Susanah (Açucena) em 25/03/2014
Código do texto: T4743492
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