AS IDADES DO FEIO
Absolutismo
o rei andava sempre descalço
por debaixo da saia
da terra sempre
existia tijolos
homens de pedra
um coração
pulsando sangue
sem linhas
emanando o que vinha
tirar seu abrigo
covarde
porque a força
precisa da guerra
a paz o amor
fraqueja do animal
mundo moderno
inferno de razões
imunda frações
do catolicismo
aos "ismos"
que se fazem necessários
contrários a morte
império da sorte
lançada
a quem não sabe
do que vem
depois que a luz
virar um andaluz
na fuga constante
deliberante atrás do nada
as ditaduras frutos do acaso
um vaso quebrado
sem águas , sem flor
aporte decora
sala do interventor
inventor das regras
do relógio
do ódio
que não olha pra cima
não vê a rima
que a terra tem
sempre se abstém
o democrata
usa gravata
terno torna diplomata
um burocrata
na mais nova
alegoria da casa
de espelhos e vidros
dois sinos
na porta ao pisar
relance de brilhos
pra alcançar o que pensa
desfazer o que sabe
transtorno
venha até trono
do velho da "barriga de vermes"
escolha entre frutos
e carne podre
o que não pode
ser vivido
porque um tempo
hiperbóreo
é tão leve
que a neve constante
inundará a tese
sobre as manhãs
construindo
tardes
onde os poucos
loucos
de certo
porque poucos
então todos
podem ao certo
debochar
irão viver
nos castelos
abandonados
pela falta do elevador...