JABUTICABEIRA E O VENTO (poesia em yin)
JABUTICABEIRA E O VENTO (poesia em yin)
Sou mãe. Sou forte. Dou a vida.
Abro-me toda para a outra parte,
Amo a parte igual a mim?
Ou amo o ar que trás seu cheiro,
Trás a sua semente que me poliniza?
Amo o ar em sua plenitude.
A aragem que me arrepia como sussurro no ouvido,
Que endurece meus mamilos.
Como adoro a brisa,
Que é língua na nuca a percorrer o pescoço,
Deixa-me molhada
Causando-me calafrio.
Também amo o vento que é vento,
Que balança meus galhos,
Derruba minhas folhas sem dor,
Que causa atrito,
Que tem a pegada certa,
Que me chama de amor.
A ventania também é ótima,
Apesar dos sussurros e palavrões,
Do perder o ar após passar,
De ficar sem reação e até com alguns roxos.
A tempestade nem me leva para cama,
Chama-me de puta e diz que me ama,
Transa em pé na parede,
Explora com a língua o meu ser
E quando percebo explodo em gozo.
Furação? Eu passei por poucos...
Deixa-me louca se reação,
Causa danos irreparáveis,
Desmaiada na cama toda suada,
Mas ao acordar quero muito mais,
Mesmo acabada dou sorriso,
Pois quero mais...
Mas sou estática jabuticabeira querendo dar frutos.
Hoje quero ser polinizada pelo ar,
Pela aragem ou pela brisa
E daqui alguns dias de meus trocos
Uma explosão de gostosura vai nascer.
André Zanarella 04-12-2013