REFLEXOS INANIMADOS
Simplesmente um rosto
Absorto, imposto, exposto
No desgosto, no mal gosto
De uma dor inacabada
Segundo a segundo bombardeada
Pelo mar de intenções
Que se julgam boas
Mas será sempre assim:
Eu a vislumbrar o bronze da tua pele,
A me deliciar no teu cheiro certeiro,
Ou seria mais autorreflexo do meu subdesejo
Que exala beijo com gostinho de queijo pela manhã
No deplorável desenrolar das ondas do mar
Sensibilizo-me pela tez branca do desconhecido
Que exibe fisionomia que angústia, que me arrelia, que me espia
E eu pérfido entre tantas imagens ou miragens
Corro de um lado pro outro, feito um doido, um menino pequenino
Desnorteado sem saber que rumo tomar, para que lado ir
Resignado a viver isolado, enjaulado, acorrentado em mim.