LAVANDO A ALMA
LAVANDO A ALMA
Uma magoa no coração é veneno
A gente pega o fato e multiplica,
Inventa estórias de historias,
A gente espera a noite da alma,
Pois nela nos soltamos mesmos,
Demônios medonhos com chifres,
Lobisomens assassinos uivando,
O amor carnal já não existe mais,
A paixão poética já morreu lá trás,
Mas dentro de nossos monstros
Culpamos quem um dia nos amamos
Pois a magoa nos enche de espelhos
E a outra pessoa são os monstros
Que nos somos nos espelhos refletidos,
Mas quando um dia o amor lá existiu,
Talvez quebremos os espelhos
Cortamos os pulsos e a jugular
E antes de um suspiro alcoolizado
Procuramos a magoa jogar fora...
O amor que um dia existiu jamais acaba,
Transforma, transmuta em algo maior,
Continua amores não amantes
Continua amor não doentio
É o amor fraternal de quem um dia amou.
E vendo o sangue morrendo,
Invado o território e até ofendo
Um ato desesperado choro minhas dores,
Confesso meus pecados com dor,
E nesse momento de desespero,
Queria apenas minha cabeça no seu colo encostar.
Desculpas pelo meu desespero
Se meu sangue se esvair
André Zanarella 21-03-2014
Sol raiando sem correção
Dedico a uma pessoa e ela sabe que é para ela.