CAMINHEIRA
Escrita por Regilene Rodrigues Neves
Tornei-me poeta andante
Nas avenidas da alma
Corri pela infância
Cheia de lembranças...
Meus tétricos traços de recordações...
Menina de sonhos
Sonhei... Sonhei... Sonhei...
Cresci sonhos virgens
Na menina pura
De alma criança
Com roupas humildes
Emoção vestindo o coração
Um sentimento de amor
Maior que a razão.
Nos caminhos da vida
Meus primeiros passos tardios
Das seqüelas de uma gestação...
Levantei-me de uma queda frágil
De criança insegura
Passos trôpegos
Com carência de ternuras...
Andei...
Procurando me apegar
Num corrimão de coragem
Para andar caminhos errantes
De uma estrada de curvas desertas
Ruas incertas de passagens escuras
Sombrias de medos
Cercando a menina
De andar sôfrego
Em desamparo de amor!
Segui...
A frente um destino
Traçando diversas direções...
A força abjeta na auto-estima vazia...
Introspecção alheia
Num olhar de devaneios...
Somente a quimera
De uma estanha no ninho
De um amor passarinho
No alimento da vida
Para que asas se abrissem
Para voar liberdades...
Vôos mágicos
Insanos de versos
Poesia etérea
De um infinito horizonte
Virgens de sonhos e esperanças...
Mas quisera o destino
Em portas errantes
Ferir minhas asas
De poeta lírico de rimas de felicidade!
Agora o vôo triste de um pássaro ferido
Vaga submundos poluídos
Em rastros feitos de hipocrisias
Do meu semelhante...
O amor:
Escombros deixados
Pelas avenidas da alma
Prisioneiro psicopata
De um pássaro poeta
Num deserto de sonhos...
Em 28 de abril de 2007 – 05hs03min.