OS SONHOS NÃO VOLTAM, COMO AS ÁGUAS DE MARÇO

Antonieta Lopes

Águas de março que chegam e se vão,

Molham as plantas, te que o inverno venha,

Dão intervalo pra que segue a lenha

Do “humilde” aqueça casa e fogão.

Ano seguinte certo voltarão,

Afim de que a natura tempo tenha

De se fartar de sol, furando a brenha,

No telhado a brilhar do barracão.

Ai quem me dera assim os nossos sonhos,

Fossem, voltassem, como águas de março,

Na juventude nascem tão risonhos.

Ao invés de voltar, fogem, disfarço

Deles, saudades, dias mais tristonhos

Que os amarro no tempo, sem cadarço.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 21/03/2014
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