Da Androginia

Ah, essa delicadeza feminina...

essa meiguice tão leve, que flutua...

que veste o coração...que deixa nua

a alma, quando o poema termina!

Assim como o namorado da lua

que a trata como se fosse menina

o poeta é o sol que insemina

mas, também, a manhã que se insinua.

Feito um anjo, que não vê como sina

essa androginia, que é só sua,

quando a poesia vem pela rua

ele se abre como uma esquina

por um lado, a progressão masculina

e pelo outro, a mulher que recua.

20-03-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 21/03/2014
Reeditado em 10/12/2015
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