A LÁGRIMA
A LÁGRIMA
Eu choro à toa, poeta:
de alegria,
de tristeza,
de felicidade,
de melancolia
Eu choro sem ter motivo,
por um motivo qualquer
Eu choro por uma criança
Eu choro por uma mulher
A lágrima já tem sentido
quando se pensa e se fala
mesmo que tenha omitido
a verdade que se cala
Eu choro sempre, poeta:
Seja noite seja dia
seja funeral ou festa
seja canto de alegria
ou da saudade que me resta
A lágrima vive comigo
e é uma coisa sadia
Para mim ela é abrigo,
abrigo da minha poesia
© Fernando Tanajura