Como eu quero
Não me olhes com essas chamas
Que no despreparo, derreterei
Sem conhecer a hora da justa troca
Deixa-me sobreviver aos atiçantes trechos do desejo
Para depois de fasto
Afogar-me no teu demorado regaço
Não me entrones céu da tua fumaça
Sem me gastar a combustão
Sem me apalpares com o sabor da perdição
E sem o consenso da loucura
Púbere, inocente, mas feita guia
E quando nos assumirmos culpados
Eternos homicidas da nostalgia
Não te atrevas a dizer-me o quanto me amas
Deixa-me devorar essas palavras da tua boca
Deixa que minha alma se acomode no teu beijo
Que o destino se simpatize com a infinitude do nosso abraço
Deixe...
É assim que quer minha paixão.