Nunca tão obscura
Nunca tão dulcificante e tão noite.
 
Olhos me chegam como labaredas nulas
E só em tangíveis demências
Abriu-se uma porta.

E a alma?

A canoa desliza sem mares e nascentes
Inunda-se de ventos para não se entregar
A um poente destino.

Se há ópios aspergindo estrelas
Por todo o céu do meu mirar
Como se faz tão escura noite?

Silêncio!

Só nessas águas inexistentes
A alma encontra seus remos
E pelas trevas vai velejando.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 19/03/2014
Reeditado em 19/03/2014
Código do texto: T4735530
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