ONDE FICA ESSA CRIMÉIA?
Parece-me tudo trocado
No atual contexto do globo
País de nome no lugar errado?
Ou querem me fazer de bobo?
PM mata trabalhadora inocente
Presa no porta-malas do carro
E arrasta seu corpo indiferente
Qual fosse um boneco de barro
Descobre-se um corpo emparedado
Embaixo da pia da própria cozinha
Filha diz que o marido é o culpado
“Ela só ajudou a esconder a mãezinha”
Comunidades são “pacificadas”
Através de unidades policiais
Que não raro são metralhadas
Quando um “acordo” se desfaz
Um pedreiro inocente é torturado,
Morto e ainda com seu corpo somem
Dizem, foi um policial comandante
O mágico que sumiu com o homem
Uma adolescente, pobre menina
É atacada, estuprada, esfaqueada
Por um grupo de menores de dezoito
E o congresso nada faz de real
Pra baixar logo essa idade penal
Talvez se fosse filha de deputado
A lei já teria sido aprovada
Mas seu pai é um pobre coitado
E ao final não vai dar em nada
“Excelência” de paletó e gravata
É condenado por corrupção
E depois de soltar muita bravata
Faz da cadeia sua diversão
Tanto se fala nessa Criméia
Mas ainda não me convenci
Ninguém me tira da ideia
Que essa tal Criméia é aqui.
(Poema escrito quando da invasão da Criméia pela Rússia)
Rio, 19/3/2014