Minha leve pena
Quem diria que a solidão
minha companheira então
seria, nesta altura da vida
interpelo onde está minha dita,
e como quem criança grita
a emoção ferida.
Aprendi que neste mundo,
só se aprende a arte de viver
nos afagos da dor e na
lassa batalha contra o horror.
E num paradoxo esquisito
de frio e calor, olho para o passado
magnânimo e cheio de esplendor.
Neste instante talvez estou estarrecido
e o ulterior atônito vejo,
mas mesmo que sem lírios de Cupido
vejo a vida amanhã cheia de brio e de brilho
ainda assim que esteja só.