Palavras sem prumo
Entre enquanto a porta não se escancara.
Acomode-se por aí, naquele lugar
E só diga palavras molhadas...
Veja-se pelo avesso
no verso que levita sob as águas
do rio que se transborda na palma de minha mão
porque sou âncora e você marinheiro
nas palavras borbulhadas nascidas no cais...
Em meu peito tatuado, pescador aventureiro
encontre aconchego do lado que o nado acerte o leme
rumo ao vento de arrepio soprado sobre as velas
para que o rio em sorriso possa aplaudir
você, o peixe; eu, a rede, nas palavras encantadas.
Depois da travessia. prumo flutuante,
Eu possa desistir e ancorar meu barco
no porto das palavras exatas e em seu ombro
tatuar a outra parte da minha tatuagem incompleta
como sinal de acolhida às palavras pronunciadas.