MEU POEMA

Quero que meu poema ecoe

E deliberadamente arrepie o insensível;

Dando forma, cheiro e cor ao invisível

E sobre todos os amores impossíveis voe.

Quero que meu poema colida;

Com todos os conceitos hipócritas,

Com todos as crenças e lógicas;

Lapidando as solidões da vida.

Quero que meu poema cultive:

Espantos, prazeres e indagações,

E no horizonte infinito das paixões,

Seja do laço e do arrimo, o fetiche.

Quero que meu poema enfim, adorne:

As inquietudes dolentes de amar

As possibilidades de gozo e sonhar,

E que a minha verve, em nova linguagem acorde.