Moldura da Alma

A moldura é cárcere da face que me fita da parede

Olhos me seguem

Anotando meus passos pálidos

Conheço esses olhos

Que assumem luz e vibrações

Dos tempo longínquos

Saudades

Conheço esses olhos

Que ainda recolhem meus segredos

Me vestem e acalmam

Sim, os conheço

Ainda me invadem

Folheando as páginas

Das tardes ensolaradas

Escrita herdada da solidão

Plagiando a existência

Resgatando ausências

Conheço esses olhos

Tentando adivinhar meus desejos

Sondando a criança

Vislumbrando a mulher

Salto rompante

Na conversão das horas

Conheço esses olhos

Variedade de lampejos

Sim, os conheço...