Nós
Eu confesso ao meu honesto travesseiro,
ao fio de cabelo perfumado com seu cheiro,
foi um braseiro que envermelhou meu coração!
Eu atravesso só com a voz a foz do rio,
e pelo avesso, eu que escorro no seu cio,
como um poeta encarnado na fala da canção!
Você amor, que deu cor à flor do hibisco,
e fez riso no meu rosto com um rabisco,
num bilhete branco e preto de menina!
Você morena, tom castanho da madeira,
que tentou e dentou o fruto da macieira,
que plantou nos beijos o que me desatina!
Nós, um mais um e ainda mais um pouco,
somos a ampola injetável em um louco,
somos remédio para o tédio da saudade!
Nós, dois retratos revelados neste mundo,
numa rua escura, a dama e o vagabundo,
felizes, silenciosos e cheios de liberdade!
Eu confesso ao meu honesto travesseiro,
ao fio de cabelo perfumado com seu cheiro,
foi um braseiro que envermelhou meu coração!
Eu atravesso só com a voz a foz do rio,
e pelo avesso, eu que escorro no seu cio,
como um poeta encarnado na fala da canção!
Você amor, que deu cor à flor do hibisco,
e fez riso no meu rosto com um rabisco,
num bilhete branco e preto de menina!
Você morena, tom castanho da madeira,
que tentou e dentou o fruto da macieira,
que plantou nos beijos o que me desatina!
Nós, um mais um e ainda mais um pouco,
somos a ampola injetável em um louco,
somos remédio para o tédio da saudade!
Nós, dois retratos revelados neste mundo,
numa rua escura, a dama e o vagabundo,
felizes, silenciosos e cheios de liberdade!