A DOR DAS ENTRANHAS

Silêncio requerido

momento sentido

ao redor

da lenha ressecando

olhar que fica

estampado

entre cores

num brilho queimado

sob o fogo

que está por acender

a qualquer momento

sentimento

da liberdade

que nada indica

frieza da vontade

que dentro viva

quer sair

ver também qualquer

sol

que elimina

uma menina doce

parecendo precoce

mulher dissolvida

pela espera

que ele faz acontecer

porque quer

de certo saber

se o que diz ser

esperança

alcança

esta morte de prazer

falta

que outra cor

faz surgir

onde a fome

mente um nome

qualquer

pros rios desenhados

nas paredes

na sala

no quarto

abandonado

como tempo esquecido

iludido

pois quer voltar

espíritos não vivem

num lar

que deixou a alma

vagar

pedindo esmolas

cantando orações

alegres sob um

vento triste

ela sabe

ele existe

ela persiste

podia dar seu corpo

a qualquer outro

pra que o pouco

vitimasse agonias

preferiu

a temperatura fria

do que uma

companhia

que traz solidão

a emoção do vivo

que anda falando

enquanto

no entanto

sente apenas no coração.