Cortejo do Rei do Vento

As folhas secas

Caídas do manacá

rodopiavam ao passar

da vassoura de piaçava.

A brisa vendo

a brincadeira

transformou aquilo

em cortejo de translação.

E cisco

E poeira

E areia

E papel

entraram na roda:

giravam e rodopiavam

para a frente.

Era festejo de entidades

acompanhando

o Rei dos Ventos.

Depois estavam na retaguarda

Fadas, Gnomos, Elfos e Pã

tocando sua flauta.

Só os Poetas viam

a tamanha alegria.

O faxineiro reclamava

com veemência e ira

a desobediêcia

daquela sujeira

resistente à pá do lixo.

Leonardo Lisbôa

Barbacena, 15/03/2014

Poema para Ange

de Lo.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 15/03/2014
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