Mar de Rosas

Das rosas colheu espinhos.

Não nasceu o sol,

A chuva desceu cuspindo

Varrendo as ruas com anzol.

Não nascem flores no canteiro,

O céu é uma cortina de teatro

Que se fechou para o derradeiro

Espetáculo.

Sem público, sem aplausos.

Sem nada.Ausência incontida

Dessa estória interrompida,

Desses contos mal contados

Dos cantos desencontrados.

Apertos frouxos, laços fracos.

Meu Deus, tudo é tão frágil...

E tempo é tão curto,

O mundo tão vasto.

Que fazer se a vida ficar

E eu seguir sozinho...?

E se eu permanecer aqui

E a vida passar correndinho ?

E se eu me quebrar,

Se não houver tempo de consertar?

Terei que me arrastar estilhaçado

Até que crie um tapete com os cacos?

Decerto, tão cedo verei as rosas

Pois as ondas tão famosas

Traz dos mares somente espinhos.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 15/03/2014
Reeditado em 18/03/2014
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