Turbulência Íntima

Que esta escura e triste noite logo passe!

Com ela vá-se a dor que pelo dia foi trazida.

Deixe em sua força o novo sol aproximar-se,

Que tira a sombra e traz consigo a sorte lida.

Que raiva deste rádio, nada sabe, nada fala!

Saia com sua estupidez, desocupe a sala!

Com sua mudez, sua presença mais ausente,

Seu jeito retilíneo, sua justeza mais doente.

Venha a voz, o grito, a vista, venha o vício,

Venha o som, o sol, o sim, venha o hospício,

Venha a luta, a onda, o doce, o acre, o sal,

Veja o fundo luminoso se escondendo atrás da sombra

Descortinando o homem e sua pobre vida,

Sua íntima turbulência, seu olhar cego,

Seu altruísmo aos beijos com seu ego,

Seu não saber, não ser, sua não saída,

Trazendo o amor apaixonado e turbulento

Para habitar a velha casa esquecida.

Francisco Adenilson
Enviado por Francisco Adenilson em 14/03/2014
Reeditado em 01/06/2014
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