Ponte sobre o Riachão

Euna Britto de Oliveira

Um pontilhão para o hoje,

De madeira reforçada,

Sem anteparos nem nada.

Um cavalo passa nele e não atravessa,

Tropeça;

Cai na correnteza do rio!...

Montado nele, um rapaz.

Leordina chora até hoje,

Porque o cavaleiro era o Ziu!...

O leito do rio forrado de pedras roliças,

Onde tomei tantos banhos!!!...

Com minhas mãos,

Faço treliças

E tapo os olhos.

Não quero ver!

Com um arrepio,

De muito longe no tempo e no espaço,

É que espio...

Como a água do rio,

Esse assunto já está frio.

Muita água correu por baixo da ponte!...

Muita gente passou por cima da mesma ponte

E não caiu,

Mas sumiu...

De sumiço sem culpa da ponte,

Sem culpa do rio...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 03/05/2007
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