Um Verso Esquecido
Um verso sem nenhum nome,
Disforme, sem disciplina,
Esquisito, estranho esquálido,
Muito faminto, tão pálido,
A vagar pelas esquinas!
Um verso sem sobrenome,
Sem ter porto nem guarida,
Sem ter nem eira nem beira,
De rastos, só, pela vida.
Um verso lasso, ambulante,
Já tão maltrapilho, errante,
Ridículo, sem preâmbulo,
apelidado versículo.
Um verso triste e esquecido,
Que quase louco da ideia;
Num dia de muita sorte,
Associou-se a uma estrofe,
Encontrou, enfim, seu norte,
E fez vibrar a plateia.
Nota: Este poema também está disponível em áudio, quem desejar ouvir, basta clicar no link abaixo:
http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/60398