O MONSTRO DO LODO BELO
Como pode tal criatura
Esconder-se durante tanto tempo
E mostrar-se tão de repente
Venenosamente como uma serpente?
Lodaçal disfarçado de jardim
Abrigou submersa a aberração
Com seu odor de banheiro sujo
Cujo tudo pútrido habita
O monstro saltou e soltou seu veneno
Trazendo à tona o próprio pântano
Com todas as suas impurezas virais,
Morais e todo lixo humano a mais
Alimentando-se do próprio excremento
Contaminando e poluindo todo ambiente
Real, virtual, aural, físico e espiritual
Com suas mentiras, intrigas, doenças e brigas
Como pode esse ser ter habitado “outrosser”
Em que havia ao menos uma beleza sem alma
Ou um distante desejo de ser algo
Ou um pálido vago e amargo resquício de bem?
E o demônio com sua soberba presunção
Que é a sua falta de auto-amor-e-estima
Riu pela última vez
Antes de começar a se devorar...