SOLIDÃO

Antonieta Lopes

Não sinto solidão, mesmo que fique

Horas, dias, sem ter com quem prosar,

Observo o céu azul, o sol a pique,

Lindas aves trinando pelo ar.

Da imaginação escuto o clique,

O coração se abre e vou rimar,

Sem que somente aos versos me dedique,

Dos acontecimentos vivo a par.

E escrevo sobre o negro e sobre o branco,

Sobre a névoa, a chuva e o sol,

Sobre o atleta, o surdo, cego, e o manco

O alegre torcedor do futebol,

A flor que se debruça no barranco

Água limpa que brilha ao arrebol.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 14/03/2014
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