"Nas asas da poesia"

Há uma suposta liberdade implícita,

Em morta borboleta que vivificada,

Ressurge invicta.

Em espectro delimitado, incita medo;

Na liberdade que cala ruidosa e cautelosa.

A poesia transfigurada de poder e desejo.

Do cárcere, a morta borboleta supera:

Fuga, devaneio e angústia,

Na morte onde a vida se revela.

Um beijo metamorfoseado,

Perdido na inocência pueril,

Código de ética? Multifacetado!

Idílio pastoril: armazém e carícia,

Memória num cheiro,

Saudade, ausência de malícia.

Mito, liberdade e poesia,

Vagar nas asas de aço.

Da mesma borboleta tardia.

Cheiro de chuva revelada

Com nuvens prenhes de poesia

Na infância velada.

Elegia! Saudade! Sentimentos;

Na primazia poética

Enredados de metáforas e encantos.

Cheiro ilícito a inspirar,

A memória esquecida em copo,

Ressoados numa mesa de bar.

Disforme, rompido e intrigante,

Rir e chorar na separação esquecida,

Personagem cômico e pensante.

Findar encontro poético,

Com vozes a intervir,

Na praça sob um som patético.

Este texto foi criado para compôr o Diário de Bordo da Escola Livre de Literatura , patrocinado pela Prefeitura de Santo André, sob a orientação do Professor (e mestre) João Silvério Trevisan.

O encontro teve início com os fatos poéticos da semana: muitas borboletas, temas litertários e enfim os questionamentos (o que é poético).

O Edson leu o seu belíssimo texto sobre o "cheiro da infância" (as asas de aço..hummm as nuvens prenhes de chuva) e o Adilson conseguiu fazer vir à tona gargalhadas imensas ao ler seu texto (muito bacana, mas confuso..afinal na mesa de um bar as coisas se complicam, amei o texto), depois disso tudo...mais questionamentos e por fim uma discussão na praça (pensei que fosse uma nova versão de Romeu e Julieta pós moderno, já que a briga dava-se em meio a um palco..rsrs)

Eis que surgiu o relato deste encontro em forma de poesia...