Quanto de Nós

Quanto de ti, porém, me abre o peito,

No momento sufocante da saudade?

Se o que me completa em restos e delírios

Afoga-me agora com parcialidade.

Quanto de mim fugiu da razão,

As vésperas incertas das tuas voltas?

Calou-me o sorriso, a tua distância.

Moldou-me em silêncio, o fechar das portas.

Quanto de ti ainda me rasga,

A cada instante que finjo deslembrar?

Ainda que teu rosto já adormecido

Seja o molde das faces que quero tocar.

Quanto de ti chama o meu nome,

Nas noites vazias que não queres sonhar,

Nos dias nublados que te falta o sorriso,

Nos abraços e nos beijos que tu finges gostar?

Quanto de ti ainda me completa,

E quanto da minha ausência poderás suportar?

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 13/03/2014
Reeditado em 16/06/2017
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