Quanto de Nós
Quanto de ti, porém, me abre o peito,
No momento sufocante da saudade?
Se o que me completa em restos e delírios
Afoga-me agora com parcialidade.
Quanto de mim fugiu da razão,
As vésperas incertas das tuas voltas?
Calou-me o sorriso, a tua distância.
Moldou-me em silêncio, o fechar das portas.
Quanto de ti ainda me rasga,
A cada instante que finjo deslembrar?
Ainda que teu rosto já adormecido
Seja o molde das faces que quero tocar.
Quanto de ti chama o meu nome,
Nas noites vazias que não queres sonhar,
Nos dias nublados que te falta o sorriso,
Nos abraços e nos beijos que tu finges gostar?
Quanto de ti ainda me completa,
E quanto da minha ausência poderás suportar?