Do Beijador

Enquanto o corpo tem fome e sede...

a pele sente o frio e o calor...

o coração balança em uma rede

sob as mãos do destino embalador.

Vai, depois vem, como a onda do mar

que à praia não traz um navegador

mas que nunca desiste de ir beijar

na areia, a sua ausente flor.

Um colibri no invisível jardim

um cego guiado só pelo odor

que se desprende do botão do amor

quando se abre, para ele, enfim...

um beija-flor beijando dentro de mim

embora, sozinho, esse beijador.

08-03-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 13/03/2014
Reeditado em 10/12/2015
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