Do Beijador
Enquanto o corpo tem fome e sede...
a pele sente o frio e o calor...
o coração balança em uma rede
sob as mãos do destino embalador.
Vai, depois vem, como a onda do mar
que à praia não traz um navegador
mas que nunca desiste de ir beijar
na areia, a sua ausente flor.
Um colibri no invisível jardim
um cego guiado só pelo odor
que se desprende do botão do amor
quando se abre, para ele, enfim...
um beija-flor beijando dentro de mim
embora, sozinho, esse beijador.
08-03-2014