NAS PATAS DO MEU CAVALO
(Homenagem ao caw-boy brasileiro)
Percorrendo estrada afora,
com rédeas na montaria,
nos passos do meu cavalo
eu não preciso de espora
e no tempo, em cada dia,
meu relógio não tem hora.
Nos rumos do meu caminho,
pouco tempo ou na demora,
se não tenho companhia
eu nunca fico sozinho,
meu cavalo é parceria.
Enfrentando a travessia,
eu levo a vida montado.
Nos percalços pela via,
às vezes, tenho cuidado,
tenho, às vezes, valentia.
Se eu contar minhas proezas
nos ganhos e avarias,
há memórias de tristezas,
mas, muito mais, de alegrias.
Quando o touro endiabrado
se desgarra do caminho
e pelo mato adentrado
se arremete sozinho,
em temerosa corrida,
não importando o perigo,
ao galope do cavalo,
onde se meta o bovino,
desafio é encontrá-lo
e travar o seu embalo.
Às vezes,toda a boiada,
no caminho estourada,
é que fica enlouquecida,
para tê-la dominada,
com coragem destemida,
eu arrisco a própria vida.
Mas, quando labor cumprido,
ao final da empreitada,
eu me sinto envaidecido,
triunfalmente montado
e até o meu cavalo,
companheiro na porfia,
se nos olhos bem olhado,
demonstra sua alegria!
Sempre firme sobre o arreio,
não me incomoda o cansaço,
não me intimida o receio.
Trotando no passo a passo,
ou na cadência da marcha
e até na disparada,
em cada coisa que faço,
sou forte na cavalgada,
sou certeiro com meu laço
Quando estou na caminhada,
a chuva que vem do céu
me deixa a pele lavada;
me faz a pele queimada
o sol que castiga o chão.
Tais ocorrências no tempo,
tropeços, outros, na estrada,
não mudam minha paixão.
No prazer de minha andança,
sejam idas, sejam voltas,
na sequência das passagens,
meus olhos colhem visões,
variando as paisagens,
dispersas nas regiões.
Ao tocar o meu berrante,
na jornada de peão,
levo a boiada adiante,
mas, o som que sai cantante,
carregado de emoção,
tem também o meu lamento
pela familia distante.
Na lembrança o sentimento
pela memória frequente
de tudo que sinto ausente.
Assim será, até que um dia,
desmontado pela idade,
vou deixar a montaria,
trocada pela saudade!
(Homenagem ao caw-boy brasileiro)
Percorrendo estrada afora,
com rédeas na montaria,
nos passos do meu cavalo
eu não preciso de espora
e no tempo, em cada dia,
meu relógio não tem hora.
Nos rumos do meu caminho,
pouco tempo ou na demora,
se não tenho companhia
eu nunca fico sozinho,
meu cavalo é parceria.
Enfrentando a travessia,
eu levo a vida montado.
Nos percalços pela via,
às vezes, tenho cuidado,
tenho, às vezes, valentia.
Se eu contar minhas proezas
nos ganhos e avarias,
há memórias de tristezas,
mas, muito mais, de alegrias.
Quando o touro endiabrado
se desgarra do caminho
e pelo mato adentrado
se arremete sozinho,
em temerosa corrida,
não importando o perigo,
ao galope do cavalo,
onde se meta o bovino,
desafio é encontrá-lo
e travar o seu embalo.
Às vezes,toda a boiada,
no caminho estourada,
é que fica enlouquecida,
para tê-la dominada,
com coragem destemida,
eu arrisco a própria vida.
Mas, quando labor cumprido,
ao final da empreitada,
eu me sinto envaidecido,
triunfalmente montado
e até o meu cavalo,
companheiro na porfia,
se nos olhos bem olhado,
demonstra sua alegria!
Sempre firme sobre o arreio,
não me incomoda o cansaço,
não me intimida o receio.
Trotando no passo a passo,
ou na cadência da marcha
e até na disparada,
em cada coisa que faço,
sou forte na cavalgada,
sou certeiro com meu laço
Quando estou na caminhada,
a chuva que vem do céu
me deixa a pele lavada;
me faz a pele queimada
o sol que castiga o chão.
Tais ocorrências no tempo,
tropeços, outros, na estrada,
não mudam minha paixão.
No prazer de minha andança,
sejam idas, sejam voltas,
na sequência das passagens,
meus olhos colhem visões,
variando as paisagens,
dispersas nas regiões.
Ao tocar o meu berrante,
na jornada de peão,
levo a boiada adiante,
mas, o som que sai cantante,
carregado de emoção,
tem também o meu lamento
pela familia distante.
Na lembrança o sentimento
pela memória frequente
de tudo que sinto ausente.
Assim será, até que um dia,
desmontado pela idade,
vou deixar a montaria,
trocada pela saudade!