Nas profundezas de uma simples existência,
Onde a vida é uma noite fria e infinita,
Percebo aquela anêmona do mar, que sou.
Leve, estando em acordo com a solidão de tudo,
Livre, existindo sem enlaces ilusórios
Que levam chuvas ao seco dos outonos
E não percebem que na secura está o belo da estação.
Longe, contemplando o desdobramento das coisas em mim,
Aproximo-me da dor ao aglutinar
Correntes incoerentes ao meu leve existir.
 
Solitários voam os meus versos sem repouso,
Como poeiras nas variações do vento,
Se perdem as asas, não perdem o voo,
E levam consigo o que não me pode habitar.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 12/03/2014
Código do texto: T4725800
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