Insistem

Onde buscar os braços que me abraçavam e me confortavam?

Onde buscar o colo que me aquecia,

Suas palavras que não se fazem mais,

Acrisoladas pela dor?

Como sentir o que já não é sentido,

Envolto por perpétuas brumas?

Como poder levar adiante a imagem do que já não mais existe,

Mas mesmo assim me persegue?

Como curar as feridas, que apesar de antigas,

Ainda teimam em recrudescer?

Talvez, e só talvez, essas perguntas

Não devessem ter respostas

Enquanto insistem em não adormecer.