A Mascára

A máscara de pele morta cobre meu rosto

tortuoso é o desgosto de viver na hipocrisia,

sinto o repudio consumindo minhas entranhas,

gotículas de chuva regadas com sangue escorrem

em meu rosto: funesto, imóvel, abominável!

O eterno beijo da morte adorna meus lábios,

sinto o cheiro da putrefação em meu olfato

vejo meus sonhos sendo mortos por cada golpe outorgado,

Sentirei prazer em ouvir seus gritos, degustarei

lentamente do tutano de seus ossos e sangue

E de cada pedaço seu, que a mim será cedido,

A máscara cria vida e vida agora é a hipocrisia

De tanto usá-la comecei a senti-la viva,

não me sinto mais eu mesmo, me sinto ermo e me sinto

morno me sinto morto e consumido,

A simbiose do que sou e de quem nunca fui

agora é a mesma, meu ser foi assimilado pela anárquica beleza,

e a pele morta agora é viva em mim, sendo um só deste momento

até o meu decrépito fim,

A máscara de pele morta esta me enclausurando,

enjaulando minha verdade face, contendo toda minha

sanidade, me tornando um escravo débil e um ser humano

mais feliz e aceitável.

Igor A Barcelos G Borges
Enviado por Igor A Barcelos G Borges em 11/03/2014
Código do texto: T4724338
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