Seara dos Umbrais

Observo uma estiagem de amor sobre a terra,

A chuva refugiou-se entre nuvens e mormaço,

Sentimentos que não afloram, parecem de aço

E a vida é intenso enigma que nos atropela.

A dor é massacre que veste uma arena seca,

O orvalho cambaleia entre planícies e planaltos,

A última lágrima evaporou-se ao cair no asfalto

E na oficina da vida não há remorso que rejuvenesça.

O pássaro quando canta extravasa sua tristeza

E na natureza tétrica espera-se que tudo pereça

Mediante holocausto do último suspiro da agonia...

Na salinidade marinha peixes sofrem de pressão alta,

No cosmos os astros apagaram as luzes da ribalta

E o universo se afunila no estertor da utopia!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/03/2014
Código do texto: T4724277
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