AMOR DE POETA
(Sócrates Di Lima)
Nas veias do cantador,
Suas melodias são alimentos,
Envolto no amor,
Seus versos são alentos.
Nas veias do violeiro,
O braço da viola é o seu legado,
Dedilhando às cordas afinado,
O amor é o seu herdeiro.
Nas veias do poeta,
A poesia é o seu reinado,
Segue o amor em sua única seta,
Nela se acorrenta em cárcere privado.
O poeta é cantador,
O poeta é trovador,
O poeta é autor e ator,
Dos devaneios do seu amor.
O amor do poeta é a sua lavra,
Em versos e prosas,
Tem o amor definido em palavra,
Escrita nos pergameinhos de sua alma em trovas.
E o poeta quando ama,
É como a planta e a terra,
Como o fogo e a chama,
Como a água, a vida e guerra.
Amor de poeta é fervoroso,
Louco, vulcânico e por certo doentio,
Na multidão, na solidão é talentoso,
Faz nas palavras o seu desafio.
E assim,
O amor do violeiro é a viola,
Do cantador a sua voz de um ritimo sem fim,
E o amor do poeta é a musa que o consola.
O poeta canta a alegria e a tristeza,
O poeta narra a sua solidão,
O poeta vê em tudo beleza,
A poesia é a sua direçao.
Na alegria o poeta brinca com a suas felicidades,
Na tristeza derrama sua alma em desalentos,
Na solidão o poeta de abre em suas verdades,
E a poesia se faz bela e primada em talentos.
O poeta é o reflexo de sua alma em êxtase,
Seu espelho que não mente sua historia,
A poesia é o retrato do amor de fase,
Que quando parte, crava a tristeza na sua memória.
E na poesia o poeta se entrega,
Se decifra e se abre em fatias...
O amor do poeta é uma mulher que carrega,
A alma do poeta definida na poesia.
APENAS UM POEMA