como coivaras em cores

o meu corpo queima

arde como flecha de fogo

o meu corpo queima

como labaredas em cores

em noites de verão azul

em noites de lua cheia, nua , devassa

o meu corpo arde

e queima, e teima

e se inflama

o meu corpo

é coivara ardente ao vento suave

em chamas derivadas

o meu corpo é fogo sedento

é fome veloz

é sede atroz

o meu corpo é alma límpida

no ardor e no calor

do tempo

como festas de pirimlampos

no reino da fantasia

do imaginário que se fertiliza

do hálito que inunda

os oceanos

de mim

no meu corpo arde

em flores diáfanas

com os perfumes do dia-a-dia

a alicerçar-me como homem

que no cio da minha existencia

torna-se aderente

das chamas poéticas e loucas

dos rios que correm suavemente

e deságuam suas sementes

e se contornam

e se ornam

com a beleza de si mesmo

nas hematomas oriundas

tostadas como cicatrizes

da sede e da fome de viver

que se estampam em mim

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 10/03/2014
Código do texto: T4722673
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