como coivaras em cores
o meu corpo queima
arde como flecha de fogo
o meu corpo queima
como labaredas em cores
em noites de verão azul
em noites de lua cheia, nua , devassa
o meu corpo arde
e queima, e teima
e se inflama
o meu corpo
é coivara ardente ao vento suave
em chamas derivadas
o meu corpo é fogo sedento
é fome veloz
é sede atroz
o meu corpo é alma límpida
no ardor e no calor
do tempo
como festas de pirimlampos
no reino da fantasia
do imaginário que se fertiliza
do hálito que inunda
os oceanos
de mim
no meu corpo arde
em flores diáfanas
com os perfumes do dia-a-dia
a alicerçar-me como homem
que no cio da minha existencia
torna-se aderente
das chamas poéticas e loucas
dos rios que correm suavemente
e deságuam suas sementes
e se contornam
e se ornam
com a beleza de si mesmo
nas hematomas oriundas
tostadas como cicatrizes
da sede e da fome de viver
que se estampam em mim