Pela mão
Num casulo
te vi aflita...
E ante a desdita
manhã que vinha,
acariciei-te...
Como eu nada tinha,
só te jurei proteção...
te levando assim...
pela mão.
Ultrapassando paredes...
sonhando arvoredos...
antevendo rios...
desdenhando dos medos...
Dos calafrios teus
me fiz em arrepios
e da solidão tão tua
me vesti em forma de lua...
Já lia em teus risos
o conforto dos dias
e as carícias suaves
de outras pradarias.
A cada brisa
eu lhe surgia
como o cheiro do café...
Esse mesmo
que ainda invade
essas tardes
em que não estás aqui
em teu vestido de renda...
Ah... porque?
Porque fostes assim
minha prenda?
(Extraído do livro "Murmurando Ventos" de Anderson Julio Lobone)