Sangrando
/ Doridos tempos
a mim tornaste,
quando, sem mais,
a mim faltaste. /
Embora o choro já não derrame,
lágrimas já não mais verta,
é intenso o seco pranto.
E nas agruras desse meu tempo,
em resigno, abrandar tento,
com versos, a minha dor:
/ Lastimosa, no peito a sangrar,
a saudade -e toda a pungência,
que por ti jamais findou.
Dilacerante -a não estancar,
sangra, triste, a tua ausência
e a lembrança que ficou
de um "pra sempre eu vou te amar",
que desse amor foi essência,
que não se perpetuou. /
Sergio Neves