Poema em tempo parado
Quando acordei o tempo estava parado
fixo na companhia de um silêncio
Atravessava a ponte de um sonho
O tempo parado era uma sombra
uma noite incompleta
a sede numa estação deserta
a alma da cidade endomingada
Sou do destempo, um delíquio!
das venturas de um verso
dos sonhos livres e sonoros
do sorriso sozinho e imerso
E o vento que move meu tempo
fulge a luz de um verso mudo
pelo tempo parado
um poema era tudo.