Poema em tempo parado

Quando acordei o tempo estava parado

fixo na companhia de um silêncio

Atravessava a ponte de um sonho

O tempo parado era uma sombra

uma noite incompleta

a sede numa estação deserta

a alma da cidade endomingada

Sou do destempo, um delíquio!

das venturas de um verso

dos sonhos livres e sonoros

do sorriso sozinho e imerso

E o vento que move meu tempo

fulge a luz de um verso mudo

pelo tempo parado

um poema era tudo.

Amélia Queiroz
Enviado por Amélia Queiroz em 07/03/2014
Reeditado em 07/03/2014
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