À Minha Morte
Quando chegar, venha mansamente
Entre sem bater e se apresente.
Estarei a sua espera
Sem temor e sem quimera -
Vertigens frágeis sem qualquer razão.
Me diga “vamos ?” e direi “pois não!”.
Vivi amores e proveis sabores
Pois, de seus favores
Tive a mesa farta.
Assim sendo, se quiser que eu parta
Vista a negra veste
E se manifeste.
Traga seu sorriso lindo, rico em majestade;
Não a face cinza feito tempestade.
Pois se chego ao negro Hades,
Saciarei minhas rubras vontades.
E se chego ao verde-Azul dos Elisios,
Passarei a chá de lírios e em meus delírios
Seguirei um marlin azul
Rumo ao mar do sul.
E se chego ao branco nada,
Esquecerei.
Como convem a qualquer coisa inanimada.