RENDIDA

entre parêntesis

grávida de palavras

mãos amarradas

sem escrever nas linhas

nem abortar poesias

por trás dos vidros

nuances de rostos embaçados

a noite impiedosa avança

roubando-me as horas

do sono noturno

sem partituras da vida

nem uma serenata triste

não, não vou alongar mais os olhos

quem sabe outro dia

viva outros sonhos

nas cordas de um violino

2/05/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 02/05/2007
Código do texto: T471713