RENDIDA
entre parêntesis
grávida de palavras
mãos amarradas
sem escrever nas linhas
nem abortar poesias
por trás dos vidros
nuances de rostos embaçados
a noite impiedosa avança
roubando-me as horas
do sono noturno
sem partituras da vida
nem uma serenata triste
não, não vou alongar mais os olhos
quem sabe outro dia
viva outros sonhos
nas cordas de um violino
2/05/07