Agentes Fantasmas!

De quais fantasmas você tem medo?

Do que pelo dia vem tocando,

Pela noite recolhendo, assim na espreita,

Perguntado o por que disso ou daquilo,

Mas porque você faz isso assim,

Se devia fazer assado, é assado...

Como se houvesse nota de recomendação,

Guia, bula, forma de uso, aplicações, posologia...

Qual ser é humano assim?

Do quem vem nas entranhas de um passado,

Passante ou passageiro que o destino deixou lá atrás,

Todos os demônios que circularam em redor,

Todas as presepadas tocadas aqui ou acolá...

Daquilo que se mistura, lima, troca, faz, fez,

Separa, junta, escorre, demora, liquefeita,

Pedindo calma sem nunca ter,

Pedindo paciência, desconhecendo tudo,

Sacolejando, vociferando, gritando, chorando,

Espumas tardias de um mar sempre revolto,

Brincadeiras perdidas na ignorância alheia,

Olhar a alegria & achar tudo idiota, sem se dar conta,

De quão idiota é por nunca ser alegre...

Sorrir forçado apenas por educação...

Quantos fantasmas estão a lhe perseguir?

Os de ontem, os de hoje, sem espaço para amanhã,

São apenas cuspidores em seus próprios pratos,

Que nunca reconhecem o bem que recebe,

Que nunca terão orgulho de ti ou de mim,

Apenas invejaram o tempo que bem aproveitamos,

Toda vez que saímos do ostracismo canibalesco

Desses cotidianos antropofágicos & dilacerantes...

Nuvem branca passando pela Lua, noite um tanto fria,

Risos disfarçados apenas encobrem mais ignorância,

Mal se cabem nas calças & ainda riem de passagem,

Depois choram a ausência, quando o rumo tomado é outro,

Dizem rezar, mal sabem a bem do que & de quem,

Apenas repetem palavras aprendidas, mas sem coração,

Esnobes de massa gasosa, lhes faltam pele, sentidos,

Escondem-se por detrás de uma ilógica compostura,

Rabiscam ditames que mal reconhecem, fenecem,

Voltam para debaixo dos lençóis para se mostrarem,

Cordas de marionetes em caixilhos sem cores distintas,

Desce o pano, caem as máscaras, sobram lágrimas,

As minhas passaram, as suas também, as deles talvez...

Peixão89