Castelo de cartas

Uma cria sem afeto

Ferida direto no peito aberto

Sem jeito, feliz só adormecida

Querida, apenas por desconhecidos

Caídos de bêbado em uma esquina

Onde a menina observa a cena

E se envenena de ideias escuras

Que permeiam sentimentos e momentos

Formando o ser imperfeito

Por completo, repleto de defeitos

Falsidade, sorriso e amizade

Tudo morre em egoismo, meu, seu

Egoismo de deus, que soltou a cria

Pra ser livre e pensar em um dia

Poder outro feliz também ser

Ou destruir a tudo, em um segundo

Como quem derruba um castelo de cartas

Peças que sobram, peço que guarde

Mais tarde, bem tarde, vão ser usadas

Para substituir cartas rasgadas

Pelo tempo que a história não resgata