Da Liberdade Prisioneira
Se você disser que o amor já existe
que, por ele existir, sou um ser-amado
metade será um sorriso delicado
e a outra, um (delicadamente) triste.
E, entre elas, como a tênue fronteira
que deixa o sim e o não, lado a lado
fundindo em um só, presente e passado
estará quem vê essa esfera inteira...
quem deixou o amor, assim, arredondado
em um sempre-girar, que nem a dor resiste
na órbita da liberdade prisioneira
e um coração, hoje, leve e alado
que só come, se forem paixões de alpiste :
ela, a minha última mulher primeira!
01-03-2014