ERAM DOIS
(Sócrates Di Lima)

ELA uma menina,
De olhar de céu,
Um olhar que fascina,
Como o luar que se cobre em véu.

Ele um homem de olhar de tarde...
Alegre e reluzente,
Cheio de vontades,
Sem medo de amar de repente.

Eram dois...
Homem e mulher,
Que o tempo depois,
Fê-los uns quaisquer.

Quaisquer um...
Seguindo seus caminhos,
Sem em momento algum,
Deixarem-se de estar sozinhos.

Cada um no seu destino,
De braços dados com seus tempos,
Adultos, menina e menino,
Distantes sem contratempos.

E assim seguem por ai...
Como dois que nunca se viram...
Ali ou aqui...
Como se nunca existiram...

E onde haviam gritos de amor,
Há os silêncios ecoantes...
Perderam-se flor e  passarinho beija-flor,
Nunca mais foram amantes.

Mas, a saudade as vezes vem,,,
Pega e toma como um terremoto...
E as mil lembranças também,
Arrastam-no como maremoto.

E, porquanto, um amor pode existir,
Nada nesta vida se pode esquecer,
Tantas vontades sucumbidas e a sucumbir,
Nas dores que o peito faz reviver.

Eram dois...
Amantes das loucuras,
Que o tempo ao depois,
Lançaram-nos às sepulturas.

Viraram-se às costas,
Pertiram seus corações ao meio,
E nunca mais estiveram às voltas,
Dos pactos de amor que os tocaram em cheio.

E aqueles olhos dela de céu perfeito...
De sorrisos dele gargalhantes,
De dois, se fizeram um sem outro jeito,
E se perderam nos trilhos que antes, eram viajantes.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 03/03/2014
Reeditado em 03/03/2014
Código do texto: T4713494
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