O COMPASSO LUNÁTICO
Com as mãos postas
na terra
não se deu conta
que a conta da vida
é ainda maior
que seus pensamentos
de poder
em poder abraçar
o outro lado
ponte sobre rios
de videiras maduras
puro bordô
engarrafado
num entre olhos
querendo viver
vendo o todo sem matriz!
Seria feliz
se antigamente
fosse somente
um texto
mal escrito
que podia ser lido
talvez discutido
abandonado
riscado retorcido
invadido de opiniões
sermões
ansiosos ânciões
cultivam cada um
cofres de vento
abrem-se portas
pra lançar um nunca mais...
mas pedaços
se juntam
quadro curioso
deverá ser
peça de xadrez
que falta
empate não tem sabor
o gosto providencia
uma virtude
interesseira
envolve a maneira
de como
se sorve o tempo.
O que foi adormecido
vive cercado de ilusões
pra manter fantasmas
sem corações
na outrora mística
rica em pobreza de espírito
rico é um equilíbrio
de corpo
do que lá fora
pede socorro
pra entrar e se servir
de tão bela simetria
dos fluxos sem sino
não há hora
de se ajoelhar...