O GOLPE DA VONTADE

Minha agonia

vestia cores alegres

disfarça vidas

em meu corpo

rasguei amarrei

transformei

quebrei meu salto

parecia criança

puritana

até meu

primeiro gole

de beijo

num cara vestido de preto

fumando encostado

num canto

desejando ver luzes

qualquer que fosse

abuse de seu calado

charme

mistério

sempre anda só

veias crescendo

num patamar

que idolatrei

marquei

pra ver ele deixar eu subir

mais alta

posso cair

me desprendo

oferecendo

meu desmaio fingido

quero ser

um todo corpo ungido

mãos abraçadas

levo ele mais ao canto

canto numa língua que

transpassa sua alma

leve calma

vou traduzindo

subindo

mostrando qual

gosto ele mesmo

tem e não sabia...