Libelo

Diga-me o porquê de tão dura e tamanha pena
Com que ora me hás assim punido, indiferente,
Sem querer saber o que passa em minha mente,
Tu me condenas ao exílio de teus braços, serena.

De que serviram as razões que brandi em defesa,
Alegando que o que fiz, o fiz pelo mais puro amor
E o faria de novo por infinitas vezes, ouve o clamor
Deste coração que já não mais te causa surpresa.

Ao invés de condenar-me a sofrer pena tamanha,
De manter-me distante de teus carinhos e abraços,
Deverias condenar-me a prender-te em meus braços,
E para sempre vivermos a amar, como minha sanha.

Em minha defesa, amada, o que sempre e ora clamo,
É que devias ouvir o apelo deste coração apaixonado,
Que jamais deixou de te amar e tanto te há amado,
Não podes punir-me por mostrar-te e a todos que te amo.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 02/03/2014
Reeditado em 03/09/2017
Código do texto: T4711946
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